Inspirando-se na passagem do asteróide 2012DA14 muito próximo da Terra no último dia 15 de fevereiro, vamos conhecer um pouca mais sobre esses corpos.
Asteróide 2012DA14 visto em Siding-Spring (Autrália), em 15 de fevereiro
O QUE SÃO ASTERÓIDES?
Os asteróides são objetos rochosos e/ou metálicos, sem atmosfera, que estão em órbita em torno do Sol, mas são pequenos demais para serem considerados planetas. A maior parte dos asteróides está espalhada na região situada após 2 e antes de 5 U.A. do Sol.
QUAL A ORIGEM DOS ASTERÓIDES?
Os asteróides são resíduos do material deixado para trás quando houve a formação do Sistema Solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos. A forte gravidade de Júpiter teria impedido que este material se agrupasse formando um corpo semelhante a um planeta.
AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ASTERÓIDES
Os asteróides podem ser vistos como objetos individuais ou como membros de uma população de corpos
celestes.
O TAMANHO DOS ASTERÓIDES
Os asteróides variam muito em tamanho. Se fizermos um estudo numérico dos tamanhos destes corpos veremos que há uma concentração muito grande de asteróides de pequeno tamanho, enquanto que os de
grande tamanho são poucos. Existem 26 asteróide conhecidos que têm mais de 200 quilômetros de diâmetro. Alguns possuem mais de 100 quilômetros de diâmetro e muitos outros estão no intervalo entre 10 e 100 quilômetros.
Os asteróides são importantes não apenas como corpos individuais do Sistema Solar mas,
principalmente, como grupos. Cada um destes grupos desperta um grande interesse particular do ponto
de vista dinâmico.
Asteróide Eros
AS LOCALIZAÇÕES DAS ÓRBITAS DOS ASTERÓIDES
Cinturão Principal
A maioria dos asteróides se situa na região entre 2.3 e 3.2 U.A., chamada de Cinturão Principal.
A distribuição dos objetos no Cinturão Principal não é homogênea como o nome de "cinturão" nos levaria a imaginar. Esta distribuição foi modelada por ressonâncias com Júpiter em regiões de maior concentrações e em lacunas. Isto foi identificado por Kirkwood em 1896 quando se conhecia apenas 78 asteróides, mas é confirmado até pelas mais recentes estatísticas. As lacunas, situadas em regiões de ressonância com Júpiter, são denominadas de "Kirkwood Gaps" em homenagem a seu descobridor.
Além destas estruturas, existem outras concentrações visíveis apenas através de elementos próprios, ou seja, elementos que eliminam os efeitos das perturbações planetárias. Estas concentrações, as quais seriam resultantes da fragmentação de um corpo devido a uma colisão catastrófica, são chamadas de famílias exatamente para diferenciá-las dos agrupamentos devidos a outros processos dinâmicos.
São dezenas de milhares de asteróides localizados entre Marte e Júpiter, situados a, aproximadamente, 2 a 4 U.A. do Sol, ou seja, entre 300 milhões e 600 milhões de quilômetros.
A maioria dos asteróides do cinturão principal seguem órbitas estáveis, ligeiramente elípticas.
"Near-Earth Asteroids" (NEAs) ou "Asteróides Próximos à Terra"
Estes são os asteróides que não estão no Cinturão Principal e cujas órbitas cruzam as dos planetas interiores. Alguns destes asteróides se aproximam bastante da Terra.
Os NEO se encontram numa região instável. Eles só podem permanecer nestas órbitas durante um tempo curto se compararmos com a idade estimada do Sistema Solar. Isto implica que os objetos que ali se encontram hoje não foram formados nesta região mas sim em algum outro ponto do Sistema Solar e, por algum mecanismo específico, foram então transportados até sua órbita atual.
Os objetos em órbitas próximas da Terra representam um grupo muito especial de objetos já que acredita-se que a fragmentação deles contribui de forma significativa para o fluxo de meteoritos que são recolhidos aqui na Terra. Com relação às informações que ele podem nos fornecer a principal desvantagem é que, assim como os meteoritos, eles devem ter perdido quase toda a memória das regiões onde se encontravam antes de sua entrada em órbitas que os levaram a chegar tão próximos da Terra. A possibilidade de que parte destes corpos provenha de cometas, e não de asteróides, traz ainda mais questões a serem resolvidas.
Um outro problema surge com os corpos cujas órbitas cruzam a órbita da Terra. Isto equivale a dizer que a Terra e algum destes objetos pode, num determinado instante, se encontrar no mesmo ponto do espaço, ou seja, pode ocorrer um choque entre eles. Na realidade isto não chega a ser um fato raro: todos os dias centenas de destes corpos atingem a Terra. No entanto, devido ao seu pequeno tamanho, eles acabam sendo desintegrados durante a sua passagem pela atmosfera terrestre. Entretanto, se o corpo tiver um tamanho razoável, digamos alguns quilômetros, grande parte dele sobreviverá à sua passagem pela atmosfera da Terra. Sua queda no nosso planeta causará danos de dimensões locais, continentais ou globais.
A gravidade destas conseqüências, entretanto, não é apenas função do tamanho do objeto que nos atingir mas, também, de sua estrutura interna. Se o corpo for altamente coeso, ele resistirá quase intacto à sua travessia pela atmosfera terrestre. Se for apenas um agregado de pequenos pedaços então suas forças de coesão serão praticamente nulas e o corpo será facilmente desintegrado durante a passagem pela atmosfera.
Assim, para quantificar corretamente o perigo que este tipo de objeto pode causar à Terra, é necessário conhecermos bem a sua estrutura interna. Entretanto, a população total de objetos em órbitas potencialmente perigosas para a Terra ainda não é conhecida e por esta razão existem vários grupos tentando descobrir os objetos que possam, em algum momento, ameaçar de alguma forma o nosso planeta.
Asteróides Troianos
São os asteróides que se situam ao longo da própria órbita de Júpiter.
Asteróide Ida e seu satélite Dactyl
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Crédito de imagens: Nasa
Crédito de informações: Observatório Nacional
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